Os perigos do cigarro para a saúde gastrointestinal

Mesmo com o sucesso de campanhas contra o cigarro, o Brasil ainda ocupa o oitavo lugar entre os países com maior número de fumantes no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Apesar disso, todo mundo já conhece os principais riscos e prejuízos que o cigarro traz para a nossa saúde. Mas você sabia que o cigarro também pode ter impactos negativos na sua digestão?

É muito comum para diversos fumantes consumir um cigarro após as refeições. Como a nicotina é um estimulante do nosso sistema nervoso, funcionando de forma similar à cafeína, é comum sentirmos a necessidade de fumar um cigarro para combater o famoso “soninho” após as refeições. E, uma vez que este ato é repetido diversas vezes, em diferente refeições ao longo do dia, muitos fumantes tornam-se condicionados a fumar um cigarro após as refeições, como se fosse rotina. Este ato, porém, pode ter consequências bastante negativas para a nossa digestão.

Ao entrar em nosso organismo, a nicotina afeta diretamente o nosso sistema digestivo. Isso ocorre através do relaxamento dos músculos do estômago, o que deixa a digestão mais lenta e trabalhosa para o organismo. Além disso, este enfraquecimento dos músculos no estômago também afetam o esfíncter entre o estômago e o esôfago, cuja função é impedir que o suco gástrico suba para o esôfago durante a digestão. Ao consumir um cigarro após as refeições, esta válvula também é enfraquecida, tornando o fumante mais suscetível a sofrer do refluxo gastroesofágico, causando enorme desconforto e possíveis danos à parede do esôfago.

Por fim, a nicotina também afeta o nosso paladar, uma vez que ela incentiva a produção do ácido clorídrico. O excesso dessa substância em nosso organismo torna-o mais suscetível a infecções bacterianas, em especial à infecção pela H. pylori, bactéria responsável por úlceras, gastrite e até pelo câncer de estômago.